Leia sobre
Neste vídeo, o psicólogo especializado em ABA, Djair, aborda um tema de extrema relevância: os diferentes níveis de suporte no Transtorno do Espectro Autista (TEA). Com uma compreensão aprofundada das complexidades do autismo, Djair busca esclarecer como essas classificações impactam o diagnóstico, o tratamento e a qualidade de vida das pessoas afetadas.
O autismo pode ser classificado em três níveis de gravidade, que variam conforme o grau de dependência da pessoa em relação a outras. Essa classificação é crucial para determinar as intervenções necessárias e o suporte adequado. Os sinais comportamentais podem incluir atraso na fala, dificuldade em manter o contato visual e reações emocionais intensas a mudanças na rotina.
O nível 1 de suporte abrange pessoas que enfrentam dificuldades em seguir normas sociais e apresentam comportamentos inflexíveis, além de dificuldades de interação social desde a infância. Muitas vezes, esses indivíduos são diagnosticados tardiamente devido ao uso do "masking", uma estratégia que consiste em imitar comportamentos neurotípicos para evitar bullying e sofrimento emocional. Essa tentativa de se adequar às expectativas sociais pode dificultar ainda mais a autoexpressão ao longo da vida, tornando necessário um apoio psicológico para lidar com os efeitos negativos dessa prática.
Embora autistas de nível 1 possuam maior autonomia em algumas tarefas, isso não diminui a gravidade do autismo em suas vidas. Eles sentem os impactos do transtorno no dia a dia e continuam necessitando de terapias e acompanhamento profissional.
O nível 2 de suporte caracteriza-se por comportamentos sociais atípicos, rigidez cognitiva, dificuldade em lidar com mudanças e hiperfoco em interesses específicos. Nesse nível, os déficits na comunicação são mais evidentes, com respostas reduzidas e limitações na iniciativa para interagir.
Já o nível 3 de suporte é marcado por dificuldades graves no cotidiano, com um déficit severo de comunicação. Indivíduos nesse nível têm respostas mínimas a interações e podem apresentar comportamentos repetitivos, além de grande estresse quando precisam mudar de tarefa. Autistas dos níveis 2 e 3 também apresentam uma maior incidência de comorbidades, como depressão, TDAH e distúrbios gastrointestinais.
É importante ressaltar que o nível de suporte não define completamente um autista, pois o transtorno se manifesta de forma única em cada pessoa. Por exemplo, autistas de nível 3 podem usar comunicação aumentativa para escrever, mas ainda assim necessitam de ajuda em atividades diárias, enquanto indivíduos de nível 1 podem enfrentar desafios significativos na socialização e no aprendizado, apesar de apresentarem mais autonomia.
Além disso, nem todos os autistas não verbais têm deficiência intelectual, assim como nem toda pessoa no nível 1 possui altas habilidades ou superdotação. O acompanhamento terapêutico a longo prazo é essencial para ajudar cada autista a entender sua individualidade e potencial.
Em resumo, a compreensão dos diferentes níveis de suporte no autismo é crucial para oferecer intervenções adequadas e personalizadas. Na Clínica Peroli, estamos comprometidos em proporcionar um acompanhamento especializado e contínuo para indivíduos com Transtorno do Espectro Autista e suas famílias. Nossa equipe é formada por profissionais capacitados e dedicados, prontos para ajudar cada pessoa a explorar seu potencial único e enfrentar os desafios do dia a dia. Estamos sempre à disposição para oferecer suporte e orientação, garantindo que cada paciente receba o cuidado que merece.
Referências:
DO NASCIMENTO ARAÚJO, Marielle Flávia et al. Autismo, níveis e suas limitações: uma revisão integrativa da literatura. PhD Scientific Review, v. 2, n. 05, p. 8-20, 2022.
GIRIANELLI, Vania Reis et al. Diagnóstico precoce do autismo e outros transtornos do desenvolvimento, Brasil, 2013–2019. Revista de Saúde Pública, v. 57, p. 21, 2023.